terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

QUEM SÃO AS DOULAS, AFINAL?

Doula, a mulher que serve, oferece
 suporte emocional, físico e afetivo
para antes, durante e depois do parto.
Na semana passada, a decisão polêmica dos hospitais Santa Joana e Pro Matre Paulistana de restringir a presença de doulas na sala de parto gerou uma mobilização de mil pessoas, que caminharam em protesto na Avenida Paulista, além do recolhimento de mais de 6 mil assinaturas. 


Mas quem são as doulas, afinal?

O termo doula vem do grego, e significa mulher que serve. Na Antiguidade, tinha até um caráter negativo, pois significava o mesmo que escrava. Mas essa conotação foi diluindo-se com o tempo, e hoje chamamos de doulas as mulheres que acompanham o parto, para oferecer suporte afetivo, físico e emocional para antes, durante e depois do parto.

Antes de mais nada, a doula não é uma parteira. Ela não executa nenhum procedimento médico ou cirúrgico, não é sua função questionar procedimentos e decisões médicas, não cuida do bebê recém-nascido e não substitui nenhum profissional envolvido no nascimento da criança, como médicos ou enfermeiras. 

A doula, a bem da verdade, vem para adicionar a todo esse aparato moderno, preenchendo uma lacuna emocional que ao longo das gerações foi-se perdendo. Muitas de nossas avós e bisavós, que deram à luz em casa, tinham suas doulas informais na figura da mãe, da irmã, da vizinha ou melhor amiga. 

Hoje, com o desenvolvimento tecnológico que transmite certa impessoalidade, a orientação de uma doula ajuda a grávida a se preparar física e emocionalmente para o parto. Durante o trabalho, ela ajuda com exercícios de respiração, relaxamento, massagens e formas de tornar o momento mais confortável, e após o nascimento, ela continua dando suporte em relação aos primeiros cuidados e alimentação. 

Para ser uma doula, é preciso ter vocação e amor pela atividade. Não é uma profissão, não existe regulamentação, e muitas vezes é feito de forma voluntária, sem remuneração. Muitas profissionais ligadas à conexão corpo/mente têm afinidade com esta função, como fisioterapeutas, yogues e psicólogas, mas não é preciso ser uma profissional de saúde como condição essencial.

E embora a experiência seja sempre um ponto a favor, para tornar-se uma doula também não é necessário ser mãe por parto normal. Existem cursos específicos para a formação e basta que seja uma mulher de mais de 18 anos de idade.

Na América do Norte, estima-se que há cerca de 10 a 12 mil doulas. No Brasil, não há dados disponíveis. Pesquisas feitas no exterior, mostram que a atuação da doula diminui a necessidade de cesariana, diminui o tempo do parto e a utilização de anestesia, também diminui o uso do fórceps, o bebê recebe alta em tempo menor e aumenta a auto-estima da mamãe.



Nenhum comentário:

Postar um comentário